A Roda do Ano no
hemisfério Sul - Brasil
As estações do
ano aqui no hemisfério sul são invertidas, com relação ao hemisfério norte.
Assim, quando lá é inverno, aqui é verão e vice-versa.
A Roda do Ano, em
seu conceito original, foi criada por bruxas e bruxos que viviam no hemisfério
norte. Dessa forma, é comum encontrarmos em livros e sites as datas
correspondentes a esses países.
Muitos pagãos
preferem não alterar o sentido original da Roda e celebrá-la de acordo com as
estações no hemisfério norte, de acordo com o original. Alguns outros celebram
os sabbats menores de acordo com o hemisfério sul e os maiores de acordo com o
hemisfério norte. Outros, como eu, celebram a Roda pelo hemisfério sul mesmo,
pois é onde estamos.
Há diversos
motivos positivos e negativos para todas essas opções. Se você quiser celebrar
pelo sul, então você terá a chance de acompanhar na pele o frio do inverno
durante a celebração, ou o sol em seu auge no verão, a chegada da primavera, as
folhas caindo no outono. No entanto, ao celebrar pelo norte, você aproveitará a
época de Halloween no final de outubro mesmo, dará ovos de Páscoa para seus
amigos em Ostara e por aí vai.
Trata-se de uma
escolha pessoal, na verdade. Cada um escolhe a maneira de celebração de acordo
com o que pede o seu coração.
Não há uma
"dica" ou "fórmula" para escolher como celebrar. O mais
adequado mesmo seria tentar celebrar dos dois jeitos, para ver como você se
sente. De fato você sentirá no primeiro ritual que fizer, se não for à maneira
com a qual você se sente melhor.
O que é muito
importante é não se esquecer de que há outras pessoas celebrando também.
Lembre-se da rede; da grande teia que nos envolve.
Por mais que
celebremos Beltane em novembro, não podemos nos esquecer que naquela mesma época
nossos amigos do hemisfério norte estão celebrando Samhaim.
E esse é um dos
grandes baratos da Roda: ela não tem começo, nem meio, nem fim. Não há
demarcação. Você pode entrar em qualquer ponto e já estará dançando junto com
todos.
Certa vez iniciou-se
uma discussão sobre esse assunto em alguma das listas de discussão que eu
participo, e surgiu a pergunta:
"E as
pessoas que moram na linha do Equador? Como celebram, já que as estações quase
não são marcadas?".
A resposta pode
ser a seguinte: de alguma maneira, você descobrirá, à medida que celebra muitas
Rodas, algumas particularidades em diferentes épocas do ano. Não é sempre tudo
igual. Até no sertão do Nordeste, onde temos aquela idéia constante de seca, há
períodos de chuva e inundações. O ideal é você observar tais mudanças no seu
ambiente e adaptá-las para a Roda do Ano.
- "Como
podemos celebrar um festival de colheitas se não temos colheitas?".
De fato, não
somos camponeses como eram nossos antepassados pagãos, mas quem disse que a colheita
tem que ser necessariamente física e visível aos nossos olhos?
Obviamente é
interessante você descobrir quais são os alimentos típicos de sua região para
poder usá-los nos rituais para honrar a Terra e realizar o banquete.
Há muito que se
descobrir!
E as bruxas devem
ser criativas! (fonte Blog Guinevere)
Eu sou
Morgana!!!! Blessed Be
O sentido de
colheita pode nos ser muito mais simbólico que, de fato, real.
No equinócio de
outono, por exemplo, procure meditar a respeito das sementes que você plantou
no outro ano, e o que você está colhendo agora.
Foi compensador?
O que poderia ter sido diferente? Qual sua relação nisso tudo?
A verdade é que a
Roda do Ano é sem dúvida real, mas também é riquíssima em simbolismo. Quanto
mais você vai lendo sobre, observa a Natureza em todas as épocas, realiza os
rituais, mais você descobre uma coisinha aqui e outra ali.
E é muito
importante você anotar tudo o que está sendo desenvolvido dentro da sua mente e
coração.
Celebrar pelo
hemisfério sul pode ser complicado, especialmente para quem ainda é dependente
financeiramente.
Tem coisas que
são assim mesmo: enquanto você não tiver a sua própria casa ou o seu próprio
espaço, tudo pode ser bastante difícil.
Imagine celebrar
o solstício de inverno em junho. O Natal é celebrado no dia 25 de dezembro, e
tem basicamente o mesmo conceito das práticas pagãs sobre o solstício de
inverno (mesmo porque o Cristianismo disfarçou muitas práticas pagãs
chamando-as de cristãs).
A própria árvore
de Natal, com uma estrela no topo, é uma imagem clara de como as práticas pagãs
sobreviveram há tantos séculos. Enfim, celebrar em junho pode ser bastante
decepcionante, se você procura reunir a sua família, porque eles não vão
entender muito bem o que está acontecendo (e não são todos aqueles que querem
ouvir a sua explicação, infelizmente).
O mesmo ocorre
com o equinócio de primavera e a tradição de pintar ovos. Se você decorar ovos
em setembro e der para seus amigos, possivelmente vão tentar lhe fazer lembrar
que a Páscoa é em abril.
Ossos do ofício.
Quem celebra pelo
hemisfério sul deve estar preparado para esse tipo de situação. Mas, por mais
que existam todos esses "probleminhas", nada disso é maior do que a
sensação de acordar cedo no dia de solstício de verão e sentir o calor do sol,
honrando a Natureza como uma bruxa sabe fazer. Ou ficar em silêncio no fim da
madrugada de Yule, esperando a criança da promessa nascer. São sensações
indescritíveis e estão ao alcance de todos nós, pois independe de situação
financeira, amorosa ou psicológica para sentirmos.
A Natureza é o
que é, sempre, e está aí para todos.
Morgana, você tem as datas da Roda do ano para o Hemisferio sul em 2013?
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