Bruxaria
Atualmente, um
número cada vez maior de estudiosos dedica-se às Tradições da Magia e
Feitiçaria, não se sabe ao certo quando teria surgido a Bruxaria; contudo há
provas instigantes que indicam que pode ter se originado na aurora da
humanidade, aproximadamente no final do período paleolítico, quando o Homem de
Neandertal cedeu o lugar ao Homo Sapiens.
A bruxaria desde
os primórdios, considerada uma religião da natureza é uma crença que antecede o
cristianismo, e não se opõe em momento algum aos ensinamentos de Jesus. No
entanto tornou-se uma visão lúgubre e ameaçadora no conceito da Igreja Romana
na Idade Média, predominando na Europa durante séculos, trazendo para a vida do
ser humano grandes conseqüências, como a morte de centenas de milhares de
pessoas, o que se transformou numa verdadeira histeria religiosa.
A bruxaria com
suas práticas pagãs, folclore e a crença nos poderes da magia é muito arraigada
entre os europeus, a mulher representava a base fundamental da fertilidade, o
corpo feminino era reverenciado como foco de força divina; doadora da vida. Por
isso o Culto a Deusa-Mãe, aos mistérios da procriação e o respeito ao feminino.
No início da
Idade Média, quase todas as mulheres podiam ser chamadas de bruxas, já que
qualquer mulher sabia mais sobre superstições e encantamentos do que uma
centena de homens. Até o século 15, os "Feitiços e Encantamentos" das
mulheres foram, virtualmente, o único depositário de prática médica. As
mulheres da idade média conheciam o poder das ervas, dos ciclos lunares, dos
ventos, das chuvas, estrelas e planetas. Estavam profundamente ligadas por um
amor e agradecimento à Terra e todas as manifestações de força e poder que
vinha desta. Os pagãos acreditam que a volta da ligação com a natureza é o
único caminho para uma vida harmônica e equilibrada, por isso todos os Ritos
sagrados da Bruxaria estão centrados na Estação do Ano e fases lunares.
Paracelso disse
que as bruxas o tinham ensinado tudo o que sabia sobre cura. Em 1570 o
carcereiro do Castelo de Canterbury libertou uma feiticeira condenada,
justificando, com a opinião popular, que ela sozinha era melhor para tratar os
doentes do que todos os padres e exorcistas. Feiticeiras ou Fadas?
De acordo com
explicação de Joseph Campbell: "Não resta dúvida de que nas épocas mais
remotas da História do Homem a força mágica e misteriosa da Fêmea era tão
maravilhosa quanto o próprio Universo; e isto atribui à mulher um poder
prodigioso, poder este que tem sido uma das principais preocupações da parte
masculina da população — como quebrá-lo, controlá-lo e usá-lo para seus
próprios fins."
As conseqüências
dessa ruptura primordial na relação entre homem e mulher viriam a ter um papel
nas mitologias de "diversas culturas"; em termos práticos contribuiu
para o surgimento de devastadoras turbulências sociais, tal como a Grande
Perseguição às Bruxas na Europa Medieval.
Tempos
longínquos, mas muito marcantes... e são esses fatos que são relembrados com
curiosidade pela humanidade. Tempos de proibição, a mulher deveria casar
virgem, e servir ao homem sempre com a disposição que lhe fosse determinada.
Era a época onde se deveria agir pela fé, ou seja, justificar toda fé.
Só não sabiam que
essa fé chegaria tão longe, ao ponto de matar pessoas, seres humanos, justificando
a vontade divina. O que as pessoas deveriam lembrar é da velha Inquisição, onde
vidas foram tomadas, até mesmo sem provar a culpa da vítima. Hoje, o principal
fundamento da vida é a razão.
Mas felizmente a
humanidade pôde evoluir, ter liberdade, as Antigas Religiões estão ressurgindo
lentamente, mas constantes.
Surge o
neo-paganismo, uma religião moderna chamada Wicca criada aproximadamente em
1940 pelo grande ocultista Gerald Brousseau Gardner, fundamentada na Alta Magia
Cerimonial, na Thelema e no raciocínio segundo a obra 777 de Alesteir Crowley.
Ela tomou o nome de uma divindade céltica chamada Cernunnos, representado por
um homem com cabeça humana e chifres e pernas de cabra ou cervo, um ser meio
homem meio animal, simbolizava o Deus primordial de toda criação, Absoluto.
Após isto, Doris Valiente juntamente com Gardner reescreve o Book of Shadows de
uma maneira mais paganizada e em seguida introduz o conceito da Deusa-Mãe,
criando algo novo na Wicca. Com isso, Cernunnos não era mais absoluto, nem
primordial, mas a contraparte da Deusa, que também foi tomado o nome de outra
deidade céltica.
Queremos
esclarecer para as pessoas que desconhecem, que a Wicca não é Céltica, até
mesmo a Wicca dita céltica, não é Antiga Religião Celta, nem representante da
cultura e povo Celta. Apesar de conter alguns elementos celtas, a Wicca tem sua
origem na Thelema e os ritos fundamentados na Alta Magia Cerimonial.
O povo Celta, ao
chegar na Europa, trouxe suas crenças, que ao se misturarem às crenças da
população local, deram início a outras práticas.
A religião dos
Celtas (existentes em algumas partes do mundo) era e ainda é o Druidismo, uma
religião politeísta, e seus ritos eram sempre realizados ao ar livre. Para
eles, este contato com a natureza permitia uma maior aproximação com os deuses
e divindades. As principais eram: a Grande Deusa Mãe e o Deus Cornífero,
chamados de Ceridwen e Cernunos, respectivamente. A Grande Deusa Mãe é a
natureza em todas as suas manifestações, a fecundação e a criação, mãe do Deus
Cornífero que representa a fertilização.
Os druidas
cultuavam agricultura, a cura com ervas e a caça. Realizavam festas
ritualísticas em homenagem às divindades, e iniciavam as pessoas na arte da
Magia que era ensinada oralmente. Apesar da classe sacerdotal ser dividida
entre homens e mulheres, a sociedade era matriarcal. As druidesas eram
divididas em classes: a primeira vivia enclausurada. As outras classes podiam
se casar e participavam de rituais sagrados.
O tempo foi
passando e os deuses ficaram apenas na história representados por estátuas
encontradas em diversas partes do mundo, como a do Deus Cornífero achada na
Suécia. Agora com a chegada do século XXI, todos estes conceitos estão
retornando e ressurge em todo mundo as crenças e o poder da magia dos antigos
celtas. A bruxaria é a antiga religião dos povos da Europa, que após quase 2000
anos de exclusão e desaparecimento vem ressurgindo.
Segundo
pesquisadores, todos os tipos de bruxaria são derivados do Xamanismo primitivo.
"Os rituais de bruxaria tem a sua origem perdida no tempo, desde os Tempos
Celtas, diga-se de passagem, Belos Tempos, onde a natureza era o princípio de
tudo, onde a fé era profunda, onde a mente humana tinha um poder incalculável,
pois o ser humano sabia como fazer bom uso do que lhe era proporcionado."
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